GENÉTICA CANINA: A ESCOLHA DE UM CÃO
A LUXAÇÃO DE PATELA
O criador responsável...
...avalia todos os animais a partir dos 24 meses, utilizando como reprodutores somente animais livres de luxação, ou excepcionalmente com laudo 1.
Antes de escolher seu filhote, solicite uma cópia dos laudos dos pais da ninhada, assinados por um veterinário. Nestes laudos, verifique:
1) a classificação da articulação (0 a 4)
2) a idade em que o animal foi avaliado, que deve ser de no mínimo 2 anos (24 meses).
COMO DETECTAR O CRIADOR QUE TRABALHA PARA DIMINUIR O NASCIMENTO DE ANIMAIS QUE DESENVOLVAM A DOENÇA?
Muito cuidado com o criador que ...
......não realiza nenhum tipo de avaliação clínica ou radiográfica de seus animais, cruzando os animais de maneira aleatória, inclusive os que tem a doença. Como a maioria dos animais não apresenta sintomas até a fase adulta, o mesmo tira várias crias disseminando a predisposição genética no seu plantel.
Descrição da luxação de patela:
A patela (antigamente chamada de rótula) normalmente desliza sobre um sulco no osso da coxa (fêmur) para cima e para baixo. Quando ocorre a luxação de patela, significa que a patela deslizou para fora do sulco ou está permanentemente fora, podendo voltar para o lugar ou não, dependendo da gravidade. Trata-se de uma doença multifatorial, para a qual o animal nasce com uma predisposição genética.
Essa condição é geralmente evidente em cães jovens com cerca de 6 meses de idade, mas pode passar despercebida até que o cão fique mais velho. Quando a patela está fora do lugar, o cão poderá não apoiar o peso na pata, dando alguns saltos até o retorno dela para o sulco. A gravidade da doença varia. Nos casos leves, a patela pode escorregar para fora de lugar ocasionalmente. Em casos graves, ela nunca está na posição normal e não há possibilidade de colocar no sulco manualmente. Conforme o problema se agrava, inicia também a degeneração da articulação do joelho, levando à dor e ao aumento da predisposição de ruptura de ligamento cruzado. O animal, então, começa a claudicar com mais frequência e perde a capacidade de dar saltos
Diagnóstico da luxação de patela:
O diagnóstico é realizado pelo médico veterinário ortopedista, através de exame físico com palpação, que deve ser realizado aos 24 meses de idade, ou mais tarde. Qualquer avaliação antes desta idade pode indicar uma falsa normalidade, pois o animal ainda não finalizou seu desenvolvimento. O exame clínico é de extrema importância para detectar animais com graus mais leves de luxação, pois não são percebidos com radiografia, nela somente conseguimos identificar os graus mais severos, ou seja, não ter luxação de patela na radiografia não significa que o animal não tenha o problema. A radiografia é importante, para fins de tratamento, pois é possível observar se há desvios angulares e quais os ossos são afetados. Após a avaliação clínica, a doença pode ser classificada em quatro diferentes graus, de acordo com os sinais clínicos. As classificações devem estar presentes no laudo assinado pelo veterinário especializado em ortopedia e demonstrarão que o animal não tem nenhuma instabilidade na patela (grau zero), tem luxação leve/moderada (graus 1 e 2), ou possuem a doença na forma moderada/grave (graus 3 e 4).
Colaboração: Alessandra Ventura, Médica Veterinária, Mestre e Doutora em Ciências Veterinárias – ênfase em Ortopedia. Especialização em Clínica e Cirurgia de pequenos animais, pelo Instituto Qualittas. Membro ativo da AOVET. Professora e coordenadora do curso de Pós-Graduação em Ortopedia e Traumatologia Veterinária no Instituto Brasileiro de Medicina Veterinária.