GENÉTICA CANINA: A ESCOLHA DE UM CÃO
A DISPLASIA COXOFEMORAL
COMO DETECTAR O CRIADOR QUE TRABALHA PARA DIMINUIR O NASCIMENTO DE ANIMAIS QUE DESENVOLVAM DISPLASIA?
O cuidado mínimo...
...que um criador deve ter é o de avaliar todos seus animais, e nunca procriar qualquer animal com RX classificados como D ou E, ainda que os mesmos aparentem ser saudáveis.
Antes de escolher seu filhote, solicite uma cópia dos laudos dos pais da ninhada, assinados por um veterinário. Nestes laudos, verifique:
1) a classificação do RX (A a E)
2) a idade em que o animal passou pelo exame, que deve ser de no mínimo 2 anos.
O criador responsável...
...só reproduz animais com RX classificados como A ou B, cruzando com animais A ou B. No Brasil, existe a prática de reprodução de animais com RX classificados como C, porém esta não é uma indicação seguida por organizações internacionais. Assim, caso animais com RX C sejam reproduzidos, esta prática deve ser excepcional, e seguida de ambos os cuidados:
1)Estes animais devem ser filhos de casais com RX A ou B, e nunca de casais com outras classificações (C, D ou E)
2) Estes animais dever ser cruzados exclusivamente com animais com RX A.
Muito cuidado com o criador que...
......não faz RX da articulação e procria os animais indiscriminadamente. Isto provoca o nascimento de muitos filhotes que desenvolvem a doença, e aumenta a prevalência da doença na raça (veja a tabela no final da página)
Descrição da displasia coxofemoral:
A displasia coxofemoral é definida como um desenvolvimento anormal da articulação do quadril, uma doença multifatorial, desencadeada por uma predisposição genética. É uma doença progressiva (piora com o tempo), e que pode causar outras alterações articulares como a artrite. A maioria dos cães com a doença não apresenta sinais clínicos quando jovens. Quando iniciam, os sinais dependem do grau da doença, variando de atividade diminuída a incapacidade grave. Estes sinais também incluem dificuldade em se levantar, mudança na postura devido a dor, claudicação após o exercício, andar cambaleante, incapacidade de subir e descer escadas, dentre outros.
Vocé é criador, já trabalha da maneira proposta para prevenir o problema, mas quer fazer mais?
Parabéns!
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Diagnóstico da displasia coxofemoral:
A avaliação é feita com radiografias da articulação coxofemoral (quadril) com sedação, também conhecido por "laudo de displasia", que deve ser feita a partir dos 2 anos de idade. É possível realizar uma avaliação prévia aos 18 meses, pois se houver a doença será possível perceber antes mesmo da idade de 24 meses onde se emite o laudo definitivo. No entanto, para a correta emissão de laudo, é imprescindível que seja realizado o laudo definitivo na idade correta. Após a avaliação radiográfica, no Brasil, o veterinário especializado emite um laudo com a classificação do animal, que varia entre excelente /boa (A), razoável/limítrofe (B) (deve-se realizar outra radiografia em 6 meses) para animais sadios e, para animais displásicos leve (C), moderada (D) ou grave (E).
Veja alguns dados da Associação de Ortopedia Animal (OFA), dos Estados Unidos, sobre cruzamentos e resultados nas ninhadas:
A tabela* ao lado demonstra dados de um estudo da OFA (EUA), que avaliou resultados de RX de 444.451 cães de diversas raças. Esta tabela demonstra a proporção de animais com displasia a partir de cada tipo de cruzamento:
*tabela adaptada da 5ª edição do texto “The use of health databases and selection breeding – a guide for dog and cat breeders and ouwners”, de Greg Keller, DVM, MS, DACVR (Orthopedic Foundation for Animals, Inc.), disponível aqui
Colaboração: Alessandra Ventura, Médica Veterinária, Mestre e Doutora em Ciências Veterinárias – ênfase em Ortopedia. Especialização em Clínica e Cirurgia de pequenos animais, pelo Instituto Qualittas. Membro ativo da AOVET. Professora e coordenadora do curso de Pós-Graduação em Ortopedia e Traumatologia Veterinária no Instituto Brasileiro de Medicina Veterinária.